Nunca se falou tanto em depressão como nos últimos tempos. Seja porque estamos conhecendo mais a respeito da doença ou seja porque o número de pessoas acometidas pelo mal esteja crescendo de forma exponencial. Na verdade, fala-se mais de depressão pelas duas razões.
Realmente, o número conhecido de pessoas com sintomas de depressão tem crescido de modo assustador, mas, hoje, sabe-se cada vez mais a respeito do que ela é, de como se manifesta e sobre o que pode ser feito para tratá-la.
Mas, o que é isso?
Depressão é uma doença. Não é uma condição emocional passageira. Ela se manifesta como um conjunto de sintomas, a maioria de caráter emocional, mas inclui desorganizações importantes do funcionamento fisiológico.
Infelizmente, não há um exame laboratorial, como um exame de sangue, por exemplo, que possa indicar com segurança a presença do problema.
O diagnóstico é feito a partir da observação de alterações do humor e do comportamento do indivíduo. Essas alterações ocorrem por mudanças na forma de ver e sentir as coisas e por algumas alterações corporais.
Costuma-se dizer que a causa da depressão é multifatorial, pois ela acontece pelo conjunto de diversos aspectos como genética, estresse, traumas, doenças, além dos aspectos sociais, econômicos e de problemas de relacionamento.
Quando há depressão, há dor. Muita dor.
William Styron descreveu muito bem essa dor no seu livro “Darkness Visible. A memoir of Madness” (“A Escuridão Visível. Um Livro de Memórias da Loucura”, em tradução livre).
Nele, o autor de “A Escolha de Sofia”, registrou o efeito devastador da depressão que o atingiu.
Para ele, depressão “é uma palavra suave demais para uma doença tão grave”, que não descreve a angústia sentida nos momentos depressivos.